Os castanheiros formam matas
denominadas soutos, ou castinçais, quando são castanheiros bravos. Em Portugal,
os soutos localizam-se nas zonas interiores, encontrando-se, especialmente, em
Trás-os-Montes e nas Beiras. Crescem em solos pouco húmidos, de preferência
graníticos ou xistosos.
O castanheiro chega a atingir
grandes dimensões com a idade.
As folhas são oblongo-lanceoladas,
compridas, de bordo ligeiramente serrilhado. As suas flores, conhecidas por
candeias, são amentilhos ou agrupamentos
de flores de forma parecida com a espiga.
Floresce em Junho-Julho e os frutos
amadurecem em Outubro-Novembro.
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As castanhas formam-se dentro dos
ouriços que abrem para lhes dar saída quando estão maduras, por acção do vento,
que sacode os ramos, espalhando-as no solo à volta do castanheiro. Na ausência
de vento, são apanhadas recorrendo-se a uma vara ou a um pau apanhado do chão,
por vezes, ramos secos caídos do próprio castanheiro, batendo-se com ele nos
ramos carregados de ouriços. As castanhas comem-se cruas, assadas, cozidas,
piladas (secas ao fumeiro) ou reduzidas a farinha.
Ramo de castanheiro carregado de
ouriços, vendo-se, na imagem da direita, a castanha quase a soltar-se do seu
invólucro.
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A madeira de castanho tem um grande
número de aplicações, principalmente para o fabrico de móveis e revestimentos
interiores de casas. Dela podem extrair-se substâncias utilizadas para curtir
peles e para o fabrico de tinta negra.
Na Europa, o castanheiro acompanhou
o homem desde o Paleolítico. As tribos pré-romanas obtinham dele castanhas secas
ou farinadas, que constituíam um alimento rico.
Durante muito tempo, foi considerado
como árvore-do-pão e a castanha um dos mais importantes alimentos farináceos de
vastas regiões. Depois da chegada à Europa da batata e do milho, perdeu o seu
carácter de alimento.
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